Para se escrever ficção Fantástica
é preciso nunca se ter deixado de ser criança
Desde que criei o Blogue que tenho tido a felicidade de
encontrar pessoas com as quais me identifico. Gente que gosta de criar e fá-lo
com paixão. Gente que ainda se lembra de como era ver o mundo quando criança.
Uma dessas pessoas é Liége Báccaro Toledo, autora dos
livros, “O Enigma Da Lua”, e não só.
O que salta logo à vista ao falar com Liége é a sua simpatia
e fluidez na escrita.
Já lhe tinha dito isto, a Fantasia precisa de mais mulheres.
Liége oferece uma abordagem diferente a temas já muito batidos, é
refrescante.
Eis algumas perguntas às quais foi atenciosa o suficiente em
responder:
Fale-nos
um pouco sobre si. O que gosta, os seus hobbies, guie-nos por um dia da sua
vida.
Bom, eu
sou uma pessoa bem “comum”, creio eu, mas tenho minhas particularidades como
todo mundo. Sou professora de ensino fundamental e leciono a matéria de produção
textual. È bem desafiador. De modo geral, sou muito caseira, gosto de passar
tempo com as pessoas que eu amo fazendo coisas simples, mas sou uma amante
apaixonada de cinema, literatura e música! Desde muito pequena gosto de ouvir e
contar histórias. Sempre fui aquela criança que conseguia passar horas no mundo
da lua, imaginando coisas, enredos, personagens. Fazia isso com meus
brinquedos, inventava aventuras para eles, e isso me acompanha até hoje: só
troquei os brinquedos pelos personagens que habitam minha cabeça. Quanto aos
meus hobbies, sou uma jogadora inveterada de RPG (na maioria das vezes Dungeons
and Dragons) e amo, amo escrever (o que é óbvio, hehehe!), ler e escutar música
(e comer chocolate).
É
a autora dos livros de fantasia, “O Enigma da Lua”. Para quem ainda não
conhece, fale-nos um pouco desse seu mundo.
O
Enigma da Lua é uma série muito especial para mim. Ela se passa em Edrim, um
mundo de alta fantasia que eu comecei a criar quando tinha quinze anos. Naquela
época, eu havia acabado de começar a jogar RPG e tinha assistido o primeiro
filme da trilogia O Senhor dos Anéis. Estava completamente apaixonada pelo
mundo de Tolkien (eu já havia lido os livros) e também pelo jogo que meus
amigos haviam me apresentado. A partir daí, decidi criar algo misturando as
duas coisas, com todos os elementos que me encantavam: florestas, castelos,
elfos, magia, um mundo medieval fantástico... em um primeiro momento, eu
assimilei muitas coisas e criei poucas, confesso! Mas, com o tempo, fui amadurecendo
e o mundo e a história também. O que mais proporcionou esse amadurecimento
foram os próprios personagens, que praticamente cresceram comigo. Eles
trouxeram cor e vida à Edrim e permitiram a criação de uma das coisas que os
meus (poucos, mas muito queridos) leitores costumam mais gostar na ambientação:
a mitologia do mundo e do universo em si e os traços de romance que costumam
agradar quem procura uma história com um pouco de ação, aventura, mas também
com coração.
De onde surgiu a inspiração para escrever esse projeto? O que a
influenciou? Porquê o género Fantasia?
De
muitos lugares... de tudo aquilo que me encantava quando eu era criança, da
narrativa de Tolkien, dos animes e mangás japoneses e até mesmo da música!
Lembro que um dos conflitos chave da história de O Enigma da Lua surgiu quando
eu escutei a música Moonlight Shadow do Mike Oldfield e da Maggie Reilly. Mas
eu sempre fui fascinada por fantasia, desde muito pequena, e acho que foi esse
fascínio, acima de tudo, a maior influência para que eu escrevesse O Enigma da
Lua. Eu não sei explicar o porquê desse meu interesse ao certo, mas creio que a
fantasia me encanta pela possibilidade de vivenciar mundos diferentes, de se
cercar de magia e do fantástico.
Suponho
que para todo escritor aspirante exista um sonho, agora que alcançado, julgo
eu, com seus livros, vê correspondida a expectativa que tinha antes de atingir
esse patamar?
Sabe
qual foi a melhor coisa que eu ganhei lançando meus livros? As pessoas. As
pessoas que conheci. Os leitores, as pessoas que atrai com alguns de meus
escritos foram poucos, na verdade, mas a experiência de ter tido contato com
esse pessoal foi incrível. Publiquei de forma independente, sem traçar um plano
ou coisa assim, sem me organizar... então, creio que tive um resultado muito
bacana. As expectativas que a gente tem quando escreve e deseja alcançar um
público maior sempre são, no início, mais mirabolantes. Mas agradeço muito por
ter contado com o apoio de pessoas que me fizeram enxergar as coisas como elas
são e fizeram e me fazem evoluir a cada dia, seja com dicas, críticas ou apoio
incondicional.
Que
autores e outros livros nos pode indicar para uma boa leitura?
Bem, no
caso de autores consagrados sempre faço uma indicação quase desnecessária: leia
Tolkien, claro. Também indico ardentemente “A História sem Fim”, de Michael
Ende, livro fantástico e imprescindível para quem ama fantasia e ama criar. Mas
gostaria de indicar escritores nacionais (brasileiros) muito bons que conheci em
minha caminhada e indico sem medo: Jacó Galtran (ou Charles Willian Kruger),
Gisele Bizarra, Ana Lúcia Merege, Karen Alvares e Melissa de Sá. Todos lidam
com fantasia (mas não só) e escrevem muito bem. Acredito que vocês devem ficar
de olho grudado nesse pessoal. Se esqueci de alguém, peço perdão
adiantadamente.
Que conselho pode dar a outros que queiram um dia ver algo
seu divulgado ao público?
Escrevam.
Escrevam aquilo de que gostam e procurem sempre melhorar, SEMPRE! Para tanto,
leiam muito e busquem o conselho de pessoas com mais experiência. Esse último é
algo óbvio e que funciona em muitas outras ocasiões, mas é pura verdade. Não se
preocupem em serem originais, serem perfeitos e bombásticos. Com treino e amor
pelo que a gente faz, com paciência e dedicação, acho que tudo se ajeita. E não
tenha medo de botar a cara a tapa! Muitas vezes é só assim que a gente aprende.
O que podemos esperar de Liége Báccaro Toledo para o
futuro?
Podem
esperar novas histórias – estou preparando um romance em um cenário
“desértico”, com influências da cultura árabe e persa que está me empolgando
bastante. Também estou escrevendo o último livro da série “O Enigma da Lua”,
que se chamará “O Despertar de Kathul”. Em breve sai um conto meu pela Editora
Andross, na antologia “Horas Sombrias”. Enfim, eu espero poder sempre trazer
boas histórias para quem gosta daquilo que eu escrevo – por enquanto são
poucos, hehehe – e creio que jamais pararei de inventar e criar. Nasci assim e
ainda não achei o botão de “desliga”.
Ótima entrevista! Parabéns a ambos!
ResponderEliminarO crédito é de Liége, o trabalho maior foi dela.
ResponderEliminarParabéns pela entrevista e por mostrar o lado mais humano da autora, que por sinal escreve muito bem.
ResponderEliminarObrigado Jacó. Mais uma vez, o crédito vai para Liége, que, foi atenciosa o suficiente em participar nesta colaboração.
EliminarNão há como negar que Liége escreve muito bem.
Obrigada, Zamiel, Odin e Jacó! Fico muito grata por poder mostrar um pouco mais do meu trabalho e do meu "eu" por aqui. Um grande abraço!
ResponderEliminarParabéns pela entrevista! Gostei bastante dela e agradeço a Liége por citar meu nome XD
ResponderEliminarGosto muito da escrita dela, seja nos livros ou nos textos dos blogs.
Liége é show de bola! ^_^
Liége é uma simpatia.
EliminarE agradeço também a Gisele por ter parado aqui no blog.
1 abraço!