sábado, 11 de janeiro de 2014

Folkvang o palácio de Freya (Parte 2/2)

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O guerreiro da esquerda chamava-se Olafh. Começou e foi muito introspetivo. Não mencionou qualquer parentesco ou fidelidade para ninguém. Realçou a sua coragem por ter participado nos saques durante dez anos e saído triunfante. Congratulou-se com grandes feitos enquanto outros perante semelhantes desafios não haviam conseguido. Apregoava liberdade e domínio de si mesmo. Resumindo… era o melhor e o melhor pelo exemplo.
- Estás a convencer-me dessa coragem ou a ti? Interpôs Freya – Eu ainda vejo fragilidade por detrás dessa armadura espessa. Quem pode dizer que não tremias face ao que outros tiveram de enfrentar?
A armadura de repente ficou demasiado pesada para Olafh suportar. Tornou-se claro que Freya já sabia tudo sobre nós, tanto que nos escolheu aos três para uma decisão final que julgo pesaria sob a nossa apresentação.
Chegou a vez de Erick Barbas longas. Sua abordagem foi bem diferente. Depois de uma breve introdução de si mesmo, virou a sua atenção aos outros candidatos para assim fazer sobressair a sua coragem. Disse termos morto muito menos homens que ele e deplorou a nossa maneira de lutar. Era um verdadeiro nórdico (palavras suas), disse-o tão afincadamente e explicou o porquê, encontrando defeitos baseados apenas
naquilo que conhecia sobre nós ou pensava que conhecia. Olafh foi particularmente ridicularizado, “um verdadeiro Nórdico não precisa de tanta lata para se proteger”. Apontou a armadura já no chão. Resumindo, era o melhor porque tinha mais experiencia que nós.
Freya olhou-o profundamente.
- Não sejas tão apressado em julgar os outros quando nem te sabes julgar a ti.  
Foi estranho ver um homem possante como Erick se abater.
A minha vez chegou e eu pausei. 
- Eu não sou especial. – Um sussurro. Vislumbrei a deusa ciente de que podia ter ouvido e voltei a evitar o contacto de seus olhos penetrantes – Eu sou Rhuan e sim matei homens, mas enquanto a minha lâmina os procurava por glória e morte eu temi a deles também.
- Modéstia consegue ser uma virtude, mas erradamente usada pelo mortal que derrotou o grande lobo Hati, devorador da lua, filho de Fanrir, o profetizado a matar Odin.
Senti a estupefação dos outros dois candidatos.
- Eu fugia… – Meus olhos pousaram no chão como se me ajudasse a ver com clareza o que aconteceu. –  Quando Hati afundou-se em loucura ao perder a lua no céu, eu fugi como todos os das aldeias que atacou. Foi sorte e já em desespero que a ultima pedra arremessada da minha funda o atingiu.
- Insegurança… Critico de si mesmo e cego para a sua dimensão, julga-se inferior. Coragem é encontrada pelo medo. Tu não és o melhor. Porque o teu melhor ainda está para vir e no entanto, derrotaste o poderoso Hati. Eu não preciso alguém que me diga que é melhor. Preciso de alguém que tenha vontade de se superar para ser o melhor.
Ela viu algo em mim naquele dia que me fez acreditar de eu ser melhor do que eu pensava ser. E assim de simples nortenho entre fileiras sob o comando de outros eu me tornei o arauto dos exércitos de Freya até Ragnarok.  Até à desforra com Hati.





2 comentários:

  1. Excelente conclusão! Meus parabéns, nobre bardo.

    Se me desses a honra, gostaria de publicar tua nobre história (devidamente creditada, obviamente) em meus Salões.

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