domingo, 19 de janeiro de 2014

A tragédia de Durandil e Brawn

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Era uma besta atormentada até a conhecer. Aqui não houve feitiço ou maldição, antes obra sua, produto de uma mente com uma ferida permanente. Havia uma melancolia que lhe roubava a condição humana. Por cada sonho estilhaçado a besta crescia mais forte, insegurança alimentava a sua raiva. Poderosa a besta era.
Não foi aço que ganhou naquele dia, mas uma beleza sem paralelo mesmo entre os da sua espécie. Elfos são imortais e constantes, temem mudança acima de tudo, mas Durandil luz da lua não era como os seus parentes. As garantias de uma imortalidade fácil haviam-lhe tirado a cor do seu coração. Não há noção do quão mau é preciso estar para se querer mudar.
Antes ele ainda conseguia disfarçar-se entre os seus, indetetável, mas foi só depois dela que voltou a homem por completo, habilidade bem para além de suas capacidades.
Durandil pensava que a força que o tornou um monstro o tornaria agora um paladino, mas não funcionava assim. Não existem heróis aqui, vulnerável se tornou. Só por ela os seus atos tinham sentido. A sempre mudável embarrou em apatia. 
Brawn gostaria de ter coragem para tirar a própria vida, era ao menos poder sobre si, face ao precipício que se adivinhava alargar.
Em seus sonhos ela ainda batia nos litorais, lembrando-o de quem foi e do seu potencial. Eternamente cravada em tudo o que via, seus olhos sabiam ter pousado em verdadeira beleza.
Não havia felicidade longe dela.



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