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O guerreiro da esquerda chamava-se Olafh. Começou e foi
muito introspetivo. Não mencionou qualquer parentesco ou fidelidade para
ninguém. Realçou a sua coragem por ter participado nos saques durante dez anos
e saído triunfante. Congratulou-se com grandes feitos enquanto outros perante
semelhantes desafios não haviam conseguido. Apregoava liberdade e domínio de si
mesmo. Resumindo… era o melhor e o melhor pelo exemplo.
- Estás a convencer-me dessa coragem ou a ti? Interpôs Freya
– Eu ainda vejo fragilidade por detrás dessa armadura espessa. Quem pode dizer
que não tremias face ao que outros tiveram de enfrentar?
A armadura de repente ficou demasiado pesada para Olafh
suportar. Tornou-se claro que Freya já sabia tudo sobre nós, tanto que nos escolheu
aos três para uma decisão final que julgo pesaria sob a nossa apresentação.
Chegou a vez de Erick Barbas longas. Sua abordagem foi bem
diferente. Depois de uma breve introdução de si mesmo, virou a sua atenção aos
outros candidatos para assim fazer sobressair a sua coragem. Disse termos morto
muito menos homens que ele e deplorou a nossa maneira de lutar. Era um
verdadeiro nórdico (palavras suas), disse-o tão afincadamente e explicou o
porquê, encontrando defeitos baseados apenas
naquilo que conhecia sobre nós ou pensava que conhecia. Olafh foi particularmente ridicularizado, “um verdadeiro Nórdico não precisa de tanta lata para se proteger”. Apontou a armadura já no chão. Resumindo, era o melhor porque tinha mais experiencia que nós.
naquilo que conhecia sobre nós ou pensava que conhecia. Olafh foi particularmente ridicularizado, “um verdadeiro Nórdico não precisa de tanta lata para se proteger”. Apontou a armadura já no chão. Resumindo, era o melhor porque tinha mais experiencia que nós.
Freya olhou-o profundamente.
- Não sejas tão apressado em julgar os outros quando nem te
sabes julgar a ti.
Foi estranho ver um homem possante como Erick se abater.
A minha vez chegou e eu pausei.
- Eu não sou especial. – Um sussurro. Vislumbrei a deusa ciente de que
podia ter ouvido e voltei a evitar o contacto de seus olhos penetrantes –
Eu sou Rhuan e sim matei homens, mas enquanto a minha lâmina os procurava por
glória e morte eu temi a deles também.
- Modéstia consegue ser uma virtude, mas erradamente usada
pelo mortal que derrotou o grande lobo Hati, devorador da lua, filho de Fanrir,
o profetizado a matar Odin.
Senti a estupefação dos outros dois candidatos.
- Eu fugia… – Meus olhos pousaram no chão como se me ajudasse
a ver com clareza o que aconteceu. – Quando
Hati afundou-se em loucura ao perder a lua no céu, eu fugi como todos os das
aldeias que atacou. Foi sorte e já em desespero que a ultima pedra arremessada
da minha funda o atingiu.
- Insegurança… Critico de si mesmo e cego para a sua dimensão, julga-se inferior.
Coragem é encontrada pelo medo. Tu não és o melhor. Porque o teu
melhor ainda está para vir e no entanto, derrotaste o poderoso Hati.
Eu não preciso alguém que me diga que é melhor. Preciso de alguém que tenha vontade de se superar para ser o melhor.
Ela viu algo em mim naquele dia que me fez acreditar de eu ser melhor do que eu pensava ser. E assim de simples nortenho entre fileiras sob o comando de outros eu me tornei o arauto dos exércitos de Freya até Ragnarok. Até à desforra com Hati.
Excelente conclusão! Meus parabéns, nobre bardo.
ResponderEliminarSe me desses a honra, gostaria de publicar tua nobre história (devidamente creditada, obviamente) em meus Salões.
Considero isso um elogio. Esteja à vontade
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